Tuma Júnior tentando interferir em resultado de concurso público...

Novas gravações divulgadas nesta quinta pelo jornal "O Estado de São Paulo" mostram o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, tentando interferir no resultado de um concurso público de São Paulo, em favor do namorado da filha.

O diálogo, segundo o jornal ‘O Estado de São Paulo’, foi gravado no dia 19 de junho do ano passado. O secretário nacional de Justiça conversa com um assessor, o policial Paulo Guilherme Melo.

Segundo o jornal, Romeu Tuma Júnior queria que o assessor interferisse para conseguir a aprovação do namorado da filha num concurso para a Polícia Civil de São Paulo.

Romeu: “Vê com aqueles cornos lá o que aconteceu lá com aquele rapaz que você foi falar aquela vez. Eu o mandei fazer recurso”.

Guilherme: “Eu falei inclusive hoje de novo com ele, com o moço lá, e ele falou que ia falar com o cara, agora se tem essa possibilidade do recurso depois eu entro em contato com ele, já me dá uma cópia, aí eu levo lá pra ele de novo”.

Na quarta, o jornal publicou outras conversas, entre Tuma Júnior e um chinês conhecido como Paulo Li, que está preso, acusado de envolvimento com contrabando. Tuma Júnior estaria encomendando produtos eletrônicos a Paulo Li.

Nesta quinta, no Congresso, o senador Romeu Tuma, pai do secretário, defendeu o filho. E disse que Paulo Li é amigo antigo da família.

“É uma amizade que você tem com uma pessoa até o ponto que você acha que ele trabalha seriamente. Se ele cometeu ilícito, ela não vincula à amizade”.

Parlamentares de oposição disseram que Tuma Júnior deveria deixar o cargo. “Quando um alto funcionário do governo é denunciado, a primeira providência é o afastamento até a conclusão da investigação”, acredita o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Em uma conversa, o secretário Romeu Tuma Júnior me disse que foi investigado durante vários meses e que provavelmente teve outras conversas gravadas, e que, mesmo assim, o processo foi arquivado sem denúncias contra ele. Quanto a deixar do cargo, o secretário nacional de Justiça disse que está fora de cogitação porque tem o apoio do governo.

No Palácio do Planalto, o caso não é considerado grave. E a Comissão de Ética Pública não vê razões para abrir processo contra o secretário.

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que foi o primeiro presidente do Conselho de Combate à Pirataria, hoje comandado por Tuma, disse que ainda aguarda mais informações sobre o caso.

“Espero uma resposta da Polícia Federal em breve para, aí sim, com cópia do processo na mão, com cópia do que foi investigado nas mãos, fazer uma avaliação mais detalhada. Claro, se não tiver em segredo de justiça”.

Fonte G1.com
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